Gravidez na adolescência

Adolescentes contam como é ter uma responsabilidade tão cedo.

Conversamos com 2 meninas que são mães e um menino cuja parceira resolveu abortar. Todos eles não planejaram a gravidez e foi um susto, tanto para eles, quanto para a família.
Juliana*, tem 19 anos e já tinha relações sexuais há 1 ano. Quando teve que parar o uso do anticoncepcional, acabou engravidando. No primeiro momento em que soube que estava grávida, pensou em abortar, mas depois conversou com o seu namorado, o pai da criança, e resolveram levar essa responsabilidade a sério. "Essa criança é um pedacinho de mim, não podia tirar a vida dela assim ! " diz a Jú. Como qualquer adolescente, a Juliana teve medo da reação dos pais, porém no caso dela foi diferente. Quando resolveu contar, tanto os pais dela quanto os pais do namorado, choraram de emoção. "Todos estão me apoiando muito e hoje todos babam pela netinha." Como ela não tem emprego, só o namorado, eles pretendem continuar morando com os pais. E assim que terminar a faculdade, ela irá procurar um emprego e morar com o pai da criança.
Mas nem todos os pais pensam como os da Juliana e do seu namorado. O Bernardo* nos contou que sua parceira acabou engravidando dele. Os dois não tinham um compromisso, não namoravam, só 'ficavam', mas mantinham relações sexuais. Não foi na primeira relação que ela engravidou. Quando eles resolveram não 'ficar' mais. A Carol*, sua parceira, contou que estava grávida. Para os dois foi um susto muito grande e se contassem para seus pais, eles poderiam não aceitar. Decidiram então não ter o filho, abortar.
Os pais, até hoje, não sabem que seriam avós. Mas o Bernardo nos contou que, depois dessa experiência, ele cresceu muito. E hoje em dia , respeita muito mais as mulheres.
O caso da Monique* foi o que nos impressionou mais. Ela engravidou e resolveu abrir o jogo com seus pais. Mas infelizmente a reação dos pais não foi o que ela imaginava. Seus pais não aceitaram o fato de ela ser mãe aos 17 anos e a expulsaram de casa. Monique, abandonada pelo pai da criança, que insistia em que ela não tivesse o filho, estava sozinha. Resolveu então procurar a ajuda dos parentes. Mas infelizmente também não foi bem recebida. Seus parentes a maltrataram. Monique não tinha muitas escolhas, e acabou morando na rua. Grávida, sem família, sem casa, não tinha condições de ter uma criança. Por mais que a doesse, vendeu seu filho para uma família que cuidaria melhor e que ela saberia que o faria feliz. Até hoje, Monique não tem notícias do pai da criança e ela não voltou para casa. Arranjou um emprego e mora com uma amiga.

Esses três casos que vimos foram de adolescentes que não se cuidaram na hora da relação sexual e tiveram que encarar uma responsabilidade muito grande. Atualmente, cresce o número de jovens grávidas. E para que possamos evitar isso, a Supimpa dá umas dicas para vocês.

- Procure ter um diálogo com seus pais, e conversar mais sobre esse assunto.
- Previna-se. Nunca deixe de usar camisinha. Além de você não correr o risco de engravidar, você se previne de doenças sexualmente transmissíveis.
- Antes de ter qualquer relação sexual, procure um médico, para esclarecer melhor as suas dúvidas.
- Não comece sua relação sem que você não queira. Não é só porque seu amigo já começou a ter relações que você precisa fazer o mesmo. Tenha sempre consciência do que você vai fazer.

Então tire a roupa, mas não deixe de tirar a camisinha !


* Nomes trocados para preservar a identidade dos entrevistados.

Por : Talita Morais