segunda-feira, 9 de junho de 2008

Uma mão na roda

‘E aí, zabelê?! Tudo firme na paçoca?’
‘Tudo sim mano, vamos mandar brasa, que o broto ta me esperando.’ [...]
Pode não parecer, mas a tradução dessa conversa se resume em:
- E aí, tudo bem?
- Tudo sim, vamos logo porque a menina tá me esperando.

Estranho? Pode até ser, mas era assim que grande parte da juventude de décadas atrás falava. Aliás, não só de décadas atrás. O uso de gírias é algo tão comum, que ás vezes é praticamente automático, principalmente no meio de nós, adolescentes. A única diferença entre as gírias de ontem e as de hoje, são os emissores e a forma de expressão.
Assim como as roupas, os cortes de cabelos, os discos e os acessórios acompanham a época em que ‘vivem’, as expressões não fogem à regra. Da mesma forma que os elementos citados ganham uma nova cara, e se adaptam ao momento, as gírias também se modificam e refletem muito a cara da juventude, principal utilizador das expressões.
Se em algum momento, foram criadas apenas para grupos seletos, com um intuito criptográfico, atualmente não funciona mais assim. Utilizadas por ricos, pobres, alfabetizados ou não, o modismo das gírias se tornou um recurso de linguagem, uma forma mais fácil de se fazer entender. A menos que eu esteja louca, é muito mais fácil se explicar qualquer coisa fazendo uso de gíria, é algo, tipo assim, batuta, uma mão na roda.
É um tanto cômico, mas tenta imaginar seu pai flertando com a sua mãe, ou melhor, imagina ele a chamando pra sair. Não seria estranho se naquela época ele disssesse: ‘E aí broto, queria te levar pra dar um role na minha caranga, maior brasa, mora?’ Isso era comum, tanto quanto hoje é ‘oi, tava afim de te conhecer, já é ou já era?’ Em resumo, desde os tempos da onça, usar gírias é algo bacana, e não pense você que as antigas não são resgatadas, muito pelo contrário, é cada vez mais comum, ouvir as gírias que os seus pais falavam, no meio de sua patota. Embora muitos ainda não se dêem conta, as gírias estão mudando a língua portuguesa, de forma persistente, intensa e avassaladora e essa mudança, confere à nossa língua, cada vez mais, um caráter individual e muito, mas muito supimpa.


Por : Gabriela Viana

4 comentários:

supimpa disse...

Ficou muito legal sua matéria Gabi!
Obg pela ajudinha na minha , amiga :) beijos , carol :*

Unknown disse...

que isso hein, essa menina não ta fácil, ficou bem legal gabi! Parabéns, não quer ser jornalista?
beijos

Unknown disse...

aii gabii adoreei a suaa matéria xD

quee venha muitas outras por aii ;)
booa sorte para nós Supimpeiros !!

;*

Unknown disse...

ae, tu nasceu pra isso!
sua matéria foi braba!
parabéns gabriella!

;**